Os 40 minutos do espetáculo são suficientes para se lavar muita roupa suja, principalmente no sentido figurado. A história da peça, assinada pelo pernambucano Robson Araújo, gira em torno de três lavadeiras com muita disposição para o trabalho, a fofoca e o despeito. Acontece numa época em que sabão em pó era artigo raro, ainda mais no sertão nordestino, onde se ambienta o espetáculo. Sendo assim, dá para imaginar o rebuliço quando uma das lavadeiras aparece exibindo a novidade, mas sem qualquer disposição em compartilhar o produto com as colegas de ofício. Aí começa a confusão.
“Conversa de Lavadeiras” é uma comédia que assume o compromisso com o riso sem a necessidade de fazer apelações e com o cuidado de manter a qualidade. Com mais de um ano na estrada, o espetáculo tem muito o que comemorar. “Tem sido um sucesso por onde a gente passa. É um trabalho de qualidade que vem sendo bem acolhido pelo público”, reconhece o ator e diretor Murillo Ramos. E o espetáculo começou a ganhar corpo após vencer um edital de montagem da Prefeitura de Fortaleza. “Foi a partir daí que a peça nasceu”, recorda Ramos, que entrou na Trupe Caba de Chegar de Teatro no período de montagem da peça.
Assim como outras produções do grupo cearense, “Conversa de Lavadeiras” é um espetáculo feito para ser apresentado na rua. “A gente até fez montagem em palco italiano e em casas fechadas, mas o formato dele é mais adequado para a rua”, diz. Mas, conforme o diretor, dependendo do espaço e do público, a peça pode ter algumas adaptações. “Sem mexer na história, claro”, adianta. Segundo ele, por ser um espetáculo de rua, é maior a interação com o público. “Só temos que ter o cuidado de não deixar fugir do nosso controle para que o espetáculo não descambe para outro rumo. Não podemos permitir que as pessoas entrem muito em nosso espaço. Felizmente, o público sabe até onde pode ir e vem respeitando isso”, comenta.
SERVIÇO
A partir das 19h, no palco principal do Theatro José de Alencar (Rua 24 de maio, 600, Centro). Grátis. (3101.2583).
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